quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Passado á tona cap. 7

Capítulo 7

A floresta estava mais escura que nunca, e o balanço balançava vagarosamente como se alguém segurasse suas correntes tentando pará-lo. Eu ouvi um barulho, mas desta vez ensurdecedor. Me virei para ver o que era e novamente nada, como nos outros sonhos.
Voltei a olhar o balanço e lá estava ela. Fiquei pensando, ela não teve forças, ela teve que me chamar para brincar, me chamar pra ficar bem perto dela, porque ela não tinha escolhas.
Enquanto ela me puxava por uma mão até o lindo jardim imaginei a foto, com todos os seus detalhes, formas, tudo. E a imaginei em minha outra mão. Imaginei-me segurando a foto.
E no sonho eu segurei a foto, eu fiquei com ela em minha mão. Quando chegamos perto do jardim chamei-a.
Ela continuou a me puxar, sem falar nada. Gritei seu nome e ela virou seu rosto para mim. Haviam lágrimas em seu rosto. Estava chorando muito. Então eu percebi que por mais que ela tenha sido má pra mim, ela só quis que o que aconteceu a ela acontecesse a minha vó. Mas ela morreu, então ela precisou me usar. Não culpo ela. Ela teve raiva de minha avó pelo acidente na floresta, ela teve raiva por morrer.
Mas eu não podia desistir, não ali! Não aonde eu tinha chegado. Ela podia ter suas razões mas eu não aguentava mais! Pra mim aquilo tinha de ser o fim.
"Me desculpe, mas eu tenho que fazer isso Ana!" e encostei a foto em seu rosto. Aos poucos Ana sumiu em forma de fumaça, uma fumaça escura e com cheiro de queimado, como a fumaça de uma fogueira.
Eu acordei. E então sorri. Sorri como não sorria á muitos dias. Por que naquele momento eu sabia.
AQUILO TUDO TINHA ACABADO!

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